domingo, 27 de abril de 2008

TEXTO PARA REFLEXÃO - Meio Ambiente

Para iniciar o assunto Meio Ambiente (temática escolhida para ser abordada neste bimentre) me chamou a atenção este texto abaixo, transcrito na íntegra. Me fez refletir sobre a responsabilidade de cada um de nós educar para o meio ambiente. Esse é um enorme desafio! Pois como nos mostra o texto, as aspirações dos seres humanos estão cada vez mais baseadas em valores de consumo desenfreados, estimulados principalmente pela mídia. Se passarmos poucos minutos em frente a uma televisão, ou folheando uma revista qualquer, vemos a todo o momento os apelos que nos fazem, colocando no nosso inconsciente desejos de adquirir, comprar, ter, possuir... Fazendo-nos acreditar que só seremos felizes se tivermos aquela roupa e calçado de marca, aquele carro do ano, aquele celular, aquela viagem inadiável... quantas e quantas pessoas entraram em depressão por não poderem realizar esses desejos? quantas e quantas adolescentes passaram a se prostituir para poder seguir a moda? quantos e quantos adolescente passaram a traficar para poderem suprir seus desejos de consumo? Pode parecer exagero, mas é fato que esse consumismo, além de ocasionar o esgotamento dos recursos naturais do planeta, gera injustiça social e concentração de renda nas mãos de uma minoria privilegiada. Está mais do que na hora de atentarmos para essa realidade, que talvez jamais consigamos mudar, mas, no mínimo, temos o dever de aprender e ensinar como enfrentar e conviver com ela.

LEIA E SE IMPRESSIONE COM O PONTO DE VISTA

Do que são feitos os nossos sonhos?

Os educadores ambientais têm um enorme desafio diante de si. Como educar para o meio ambiente, se as aspirações de nossos jovens são baseadas mais em valores de consumo materiais que em valores espirituais, culturais ou artísticos, por exemplo? Do que são feitos os nossos sonhos? Frei Beto, em seu artigo Viagens Interiores (O Globo, 13/07/98) nos chama a atenção para o que andamos vendo nas propagandas, novelas, filmes, etc. Bastam alguns minutos а frente da televisão para percebermos que defeitos como inveja, orgulho, cobiça, avareza, luxúria, gula, preguiça – bases do consumismo desenfreado que gera esgotamento dos recursos naturais e poluição do planeta, por um lado, e injustiça social e concentração de renda, por outro – foram transformados em valores a serem perseguidos, como se o planeta tivesse recursos naturais em abundância para atender ao sonho de consumo de todos. O preço que pagamos pode ser visto por todo o lado. Não sу no esgotamento e na poluição do planeta, mas também na miséria. Por trás de nossos problemas ambientais, não estão apenas a ação de poluidores, o desmantelamento dos ógãos públicos de controle ambiental, ou a falta de consciência ambiental, mas também um tipo de atitude e valores, que julga natural explorar ao meio ambiente e ao nossos semelhantes para atingir um modelo de desenvolvimento que, por si só, gera agressões ambientais e problemas sociais. Logo, não basta exigir mudança de comportamento de empresas e governos. Precisamos ser capazes de enfrentar a nós próprios, pois não haverá planeta suficiente capaz de suprir as necessidades de quem acha que a felicidade e o sucesso estão na posse de cada vez mais bens materiais.

Vilmar Berna é editor do Jornal do Meio Ambientehttp://www.jornaldomeioambiente.com.br

Nenhum comentário: